27/12/2011

Uma Nova Dispersão?


EU GOSTARIA DE TER ESCRITO ESTA REFLEXÃO, POIS MEU PEITO ESTAVA PARA EXPLODIR POR ESTAS COISAS.
Louvo a Deus porque o amado Jamê Nobre o fez de forma tão preciosa.



Mt 28:18 "E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra.19 Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 20 Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém".


Tenho percebido uma semelhança na caminhada da Igreja no Brasil, desde a década de 60 até a década de 90 com o texto de Mateus.

Num primeiro momento, na década de 60, houve um grande derramamento do Espírito Santo sobre a Igreja no Brasil.

Isso fez com que muitas congregações ditas tradicionais, experimentassem um avivamento na forma de batismo com o Espírito Santo, dons, ou seja, uma manifestação do poder de Deus e sua autoridade.

Grupos inteiros de cristãos viveram experiências tais como se provassem que os céus houvessem chegado até a terra.
Milhares de pessoas foram transformadas (avivadas) e os cultos tomaram outra forma.

Muita mudança na liturgia, nas músicas, a ponto de, como efeito colateral, haver muita divisão no meio do povo de Deus.

O batismo com o Espírito Santo chegou a ser sinônimo de divisão, de forma que quando uma pessoa ou grupo recebia o batismo, já se perguntava se continuaria no grupo original. Dessa forma, por falta de tolerância e sabedoria das partes envolvidas, irmãos iniciaram novos grupos, dando origem às comunidades, e depois, ao que se convencionou chamar “neo pentecostais”.

É verdade que muitos grupos se tornaram mais tradicionais que os chamados tradicionais.

Hoje nós nos tornamos um povo de teologia renovada e de práticas tradicionais.



No movimento seguinte, a igreja descobriu, pela década de 70, que deveria fazer discípulos, iniciando-se assim um novo agitar das águas.

De novo, as divisões aconteceram.

Se antes as divisões eram entre os que eram batizados e os que não eram, agora a divisão era entre os que faziam discípulos e os que não faziam.

É verdade que no passar do tempo o “discipular” ganhou muitos adeptos a tal ponto que fazer discípulos se tornou um termo aceito no meio da igreja, sem que se parasse para conceituar o sentido; de alguma forma, o discipulado passou a ser cursos, ensinamentos, mas sem o ensinar a guardar, com o comprometimento da própria vida.

Mas, como na experiência do Batismo no qual as pessoas o buscavam com o fim de serem mais santas, sem se preocupar que o batismo as capacitaria para sair e pregar o evangelho, assim também no discipulado, gastou-se muito tempo no trato com o caráter do crente, de tal forma que as pessoas não se sentiam aptas ou preparadas para saírem e cumprir a ordem de Jesus.

De alguma forma, a igreja experimentou o batismo com o Espírito Santo e como consequência do enchimento de poder, entendeu que esse era o grande objetivo do derramamento do Espírito, e saiu a evangelizar e a fazer discípulos.


No degrau seguinte o povo de Deus descobriu que o batismo com o Espírito Santo levava a fazer discípulos não só perto de suas casas, mas também, e até, os confins da terra. Isso foi pelos idos da década de 90.

No começo, quando alguém falava em missões havia uma certa rejeição, pois o que se entendia por missões era o que a igreja brasileira havia experimentado com as denominações chegando ao Brasil, e estabelecendo suas práticas, algumas dominando os nacionais, trazendo de fora muita coisa que era as suas liturgias.

De novo houve uma certa incompreensão, não na mesma dimensão das que aconteceram, quando da revelação do batismo com o Espírito Santo ou quando da descoberta do discipulado. Houve algo como uma certa desconfiança e indiferença.

Como em diversos momentos no passado mais remoto, uma geração não compreendeu a próxima geração, e as revelações, ao invés de se complementarem, se tornaram pontos de super ênfase, dando origem a diversas novas denominações (algumas sem nome nem placa) mais ortodoxas que aquelas de onde saíram.


Creio que o Espírito Santo está nos levando a um novo patamar para aprender a tomar toda essa revelação do poder do Espírito, do discipulado, e chegar até os confins da terra, tendo experiências transculturais, sem exportar costumes nacionais, e vendo a multiforme graça do Senhor sendo revelada nas igrejas nascentes, em países onde antes não se tinha um testemunho do Senhor.

Uma igreja branca, negra, amarela, indígena, se juntando e se preparando para cantar louvores ao Senhor, diante do Seu Trono, onde haverá representantes de todas as tribos línguas e povos.

Durante um bom tempo a igreja buscou ser um povo santo, ter comunhão verdadeira com o Senhor e entre seus membros, ensinou que cada um deveria ser um excelente cidadão, um bom marido, boa esposa e bom filho e filha.

Ensinou que cada profissional deveria preservar a pureza e a honestidade em sua vida para com isso honrar o nome do Senhor.

Procurou aprender a louvar e a adorar ao Senhor e buscou o exercício das boas obras.

Buscou que cada chefe de família fosse o pastor em sua casa e criou uma estrutura de comunhão entre seus membros através dos grupos pequenos.


Tudo isso foi, e é, maravilhoso, se não faltasse um ponto primordial: a razão da nossa estada nessa terra perdeu seu foco. Passamos a viver para nós mesmos, para que fossemos cada vez melhores e criamos raízes na terra onde moramos.

Esquecemos que a razão de nossa vida é chegar nas nações, em cada nação, para ali fazer o nome do Senhor conhecido.

A historia da torre de Babel e suas motivações, parece, se repetiram. Passamos a procurar nos juntar, e não nos espalhar, e procuramos fazer com que o nosso nome se tornasse célebre no meio dos povos.

De alguma maneira montamos nossas mesas no templo e passamos a fornecer o bem estar e tranquilidade de vida ao nosso povo, ensinando-os que o estar juntos é bem melhor do que o se espalhar para ir às nações.


Perdemos a capacidade da aventura; tiramos dos nossos jovens aquela entrega apaixonada para o serviço do Senhor, pois ensinamos a eles que devem ser bons profissionais e bons maridos e esposas, para repetir a mesma história com os seus filhos.

Há quanto tempo não vemos um jovem largar tudo para servir ao Senhor?
O que lhes ensinamos a respeito disso?

Quando um jovem chega para nós e disse que recebeu uma oferta de emprego em uma grande companhia e, para isso, precisa deixar sua casa e seu emprego atual, dizemos a ele que isso vai favorecer seu curriculum. Mas se esse mesmo jovem disser a nós que recebeu um chamado de Deus para largar tudo e ir para um lugar do qual não tem certeza (ou talvez tenha), então nós o aconselhamos a orar mais, pois “isso é muito perigoso”.

Onde estão os casais que estão dispostos a deixar o conforto de uma vida tranquila para ir para onde o Senhor os enviar?

Um fato triste é que repetimos a história da igreja em Jerusalém.

Fomos ficando na comunhão e no partir do pão, mas deixamos de seguir os apóstolos e perdemos a capacidade de, na oração, nos entregar nas mãos de Deus para fazer missões, seja do outro lado da rua, como na Sibéria, no próximo bairro, ou na próxima nação.

A igreja perdeu seu coração aventureiro. Um coração capaz de deixar Ur da Caldéia, os pais, os irmãos, o bem estar, a segurança de um emprego, uma vida tranquila (se bem que, como podemos ter uma vida tranquila, se perdemos a paixão do primeiro tempo, que nos levava a fazer loucuras por causa do Nome do Senhor!)

Por causa disso levantou-se uma grande perseguição sobre nós. Não a perseguição declarada sob a qual somos chamados, num momento, a negar o nome do Senhor.

Mas uma perseguição velada que nos leva a perder a paixão, a garra e a coragem.


At 8:1 "E também Saulo consentiu na morte dele. E fez-se naquele dia uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judéia e de Samaria, exceto os apóstolos. 2 E uns homens piedosos foram enterrar Estêvão, e fizeram sobre ele grande pranto. 3 E Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão. 4 Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte, anunciando a palavra".

Por causa da acomodação da igreja em Jerusalém o Senhor providenciou uma perseguição contra a igreja.
A consequência da perseguição foi a dispersão da Igreja.

Ela saiu e começou a anunciar o evangelho, mas como consequência de viver num ambiente de uma só cultura, de costumes conhecidos e vivenciados por tão longo tempo, e por um certo exclusivismo, não anunciavam senão a judeus.

Era uma igreja dispersa, não somente na geografia, mas no projeto de vida. Ela se esqueceu do seu destino que era o de ser uma casa de oração, para onde as nações da terra iriam.
Era um lugar de abrigo para os povos, onde esses poderiam encontrar a vida de Cristo.

A Igreja de Jesus foi colocada na terra como uma casa de abrigo e ao mesmo tempo uma coluna e baluarte da Verdade, para onde os reis subiriam para aprender as Leis do Senhor.


Mas a igreja se satisfazia em si mesma. Buscava satisfação e alegria nas suas reuniões e seus banquetes festivos, esquecendo-se dos gentios, dos povos da terra, para os quais havia sido enviada pelo Senhor.

A palavra diz em Deuteronômio 32 que o Senhor criou e dividiu os povos da terra segundo o numero dos filhos de Israel.

De 32:8 Quando o Altíssimo distribuía as heranças às nações, quando dividia os filhos de Adão uns dos outros, estabeleceu os termos dos povos, conforme o número dos filhos de Israel.

Nossa vida na terra foi estabelecida para que as nações voltem a ser do Senhor e do Seu Cristo.

Esse é o nosso trabalho. Nossa missão.
Se não entrarmos no nosso trabalho, roubamos a bênção dos povos, nos tornando num covil de ladrões e salteadores.



Há um texto na Palavra que expressa bem o querer do Senhor para nossos dias e que pode nos levar a uma mudança completa em nossas vidas e na vida das congregações.

“Canta alegremente, ó estéril, que não deste à luz; rompe em cântico, e exclama com alegria, tu que não tiveste dores de parto; porque mais são os filhos da mulher solitária, do que os filhos da casada, diz o SENHOR. Amplia o lugar da tua tenda, e estendam-se as cortinas das tuas habitações; não o impeças; alonga as tuas cordas, e fixa bem as tuas estacas. Porque transbordarás para a direita e para a esquerda; e a tua descendência possuirá os gentios e fará que sejam habitadas as cidades assoladas. Não temas, porque não serás envergonhada; e não te envergonhes, porque não serás humilhada; antes te esquecerás da vergonha da tua mocidade, e não te lembrarás mais do opróbrio da tua viuvez. Porque o teu Criador é o teu marido; o SENHOR dos Exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; que é chamado o Deus de toda a terra.” Isaías 54:1-5, BRP.



Esse texto fala do desejo do Senhor a nosso respeito.
Ele nos quer frutíferos e com muitos filhos. Ainda o estéril, o infértil, esse também terá muitos filhos.

Não pode ser diferente pois ele nos enviou para gerarmos muitos filhos.

O Senhor fala de ampliar, de estender e de fixar bem aquilo que será a cobertura.

As tendas eram armadas em primeiro lugar com estacas grandes que davam a altura e estacas pequenas que prendiam as extremidades das cordas.

Essas cordas eram amarradas entre as estacas grandes e suas pontas eram presas nas estacas pequenas.

As cordas faziam as vezes dos caibros.
Sobre as cordas eram colocadas as cortinas.

Ampliar o lugar da tenda – fala de pensar maior, de planejar maior. Sem impedimentos. Quando alguém amplia o lugar da tenda, está dando condições para o crescimento da tenda e, claro, está esperando mais pessoas embaixo dela.

Alongar as cordas fala de criar condições de crescimento.

Fixar bem as estacas é estabelecer uma forma de manter firme a cobertura. Isso se refere a um discipulado efetivo e sábio que manterá as pessoas sempre cobertas, protegidas.
Tudo isso por que a estéril será mãe de muitos filhos.

Quando vimos do mundo, do reino das trevas, não tínhamos capacidade de produzir filhos para o Senhor. O que produzíamos era o mal e a iniquidade.

Quando chegamos para o Senhor ele produz em nós filhos para si mesmo. E o que ele deseja é que tenhamos muitos filhos, que conduzamos muitos filhos para a Sua glória.

Deus não quer estéreis em Sua Casa.


Nós precisamos ampliar o lugar das tendas, ampliar as cortinas e fixar as estacas em três áreas de nossa vida:

Em nossas mentes – e isso fala de renovar a nossa mente. Perder o entendimento de que fazer discípulos, gerar filhos, é somente para alguns. Deus quer que cada um de nós tenha filhos. Alguns podem pensar que gerar filhos é só para alguns, mas isso não é verdade. Precisamos destruir essa fortaleza.

Depois precisamos alargar o coração – isso significa fala de afetos de misericórdia que vai nos fazer gemer pelas pessoas. Fala de restaurar a paixão e o amor pelas pessoas. Como o Senhor requer da Igreja de Éfeso, assim também requer de nós que voltemos ao primeiro amor, à prática das primeiras obras. Não mais mornidão, nem frieza no trato uns com os outros, mas amor ardente, ternos afetos de misericórdia, também com os irmãos.

Outra coisa é pedir a Deus que manifeste em nós a capacidade de gerar – nosso ventre precisa ser curado. Isso acontece em dois processos. O primeiro é que os nossos ventres sejam preparados para abrigar as pessoas. O segundo é que, na medida que nos relacionarmos com o Senhor , ele nos fertilizará. Os filhos que gerarmos precisam ser do Senhor. Não podemos gerar nossos próprios filhos. Eles seriam bastardos. Que o Senhor nos dê filhos.

Devemos fazer a oração de Ana: “Senhor, dá-nos filhos, senão morreremos...”
Ele, certamente, curará nosso ventre.


A vontade de Deus para nós é que sejamos batizados com Seu Santo Espírito, que façamos discípulos de todas as nações, que os batizemos e que os ensinemos a guardar todas as coisas que o Senhor tem nos mandado.

Ele quer que saiamos da dispersão e assumamos o nosso papel de casa de oração para todos os povos.

Ampliemos o lugar de nossas tendas. Abramos o nosso coração e as nossas casas. Que o Senhor renove a nossa mente e mude nossa sorte.

Os tempos da nossa viuvez acabaram. Temos um Noivo, um Marido, que é o Senhor. Somos sua amada.


Que o ano de 2012 seja o ano da geração de muitos filhos. O ano em que saiamos para as nações, tanto as de perto como as de longe.

Que o Senhor nos ajude a não impedir a concretização de sua vontade em nossa geração.

Proponho aos irmãos que esse seja o nosso trabalho maior para o ano que está prestes a se iniciar, que seja o tema de nossas pregações e encontros, em todos os níveis e lugares. A tempo e fora de tempo.

1 comentários:

Amiga, ao ler esta mensagem, sentir-me como um nada.Como se esse tempo com DEUS tivesse sido em vão Meu coração chorou de alegria e tristeza ao mesmo tempo. Que outras pessoas possam ser impactadas por estas palavras como eu fui e TENTE MUDAR ESTE CENÁRIO QUE ESTÁ HOJE a "IGREJA". Fui ministrada diretamente não por um homem, mas, pelo Espírito Santo. Quero te gradecer por compartilhar palavras tão sabias. Um abraço.Andréa.

Postar um comentário

Redes

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favoritos Mais