Muitas vezes podemos comparar nossas vidas a um barco a velas flutuando num imenso lago do qual não se pode ver as margens. Para alguns, as águas estão tranqüilas, a brisa é suave e tudo parece bem. Não existem grandes problemas, conflitos ou preocupações. O barquinho paira tranqüilo sobre as águas calmas com o céu azul ao fundo. Para outros, as águas estão agitadas, os ventos sopram e jogam o barco de um lado para outro, chove forte e existe uma grande preocupação se o barco vai resistir ou vai afundar. Para essas duas situações opostas, podemos fazer uma pergunta perturbadora: para onde está indo o barco?
No primeiro caso, tudo parece bem, mas para onde vai esse barco? Será que pelo fato das coisas parecerem tranqüilas, podemos afirmar que está tudo bem? Existe algum sentido em ficar vagando por aí sem direção? Nada acontece, não há iniciativa e não há fruto. Se observarmos daqui a dez anos ele continuará lá, estagnado e envelhecendo, mas bem tranqüilo.
No segundo caso as coisas são mais dinâmicas. Enfrenta-se uma tempestade aqui, outra ali e às vezes uma onda mais forte atinge o barco. Existem vitórias, derrotas, mas a mesma pergunta permanece: para onde vai o barco? Existe algum descanso, alguma finalidade nessas lutas, existe um porto seguro para ancorar no final das batalhas?
O primeiro sinal de mudança começa a aparecer quando descobrimos que os barquinhos não estão aí por acaso. Cada barco foi feito com um propósito, foi colocado nesse lago com um propósito e o objetivo dele existir é atingir esse propósito. A segunda mudança acontece quando descobrimos qual é o propósito que o barco deve alcançar. É como se o barco agora possuísse uma bússola, ou avistasse uma luz no horizonte que lhe mostra a direção, um alvo. A terceira mudança é quando se descobre o que deve ser feito para alcançar o alvo. Dessa maneira, os barquinhos começam a sem mover firmemente rumo ao alvo até atingir o objetivo proposto.
É mais ou menos isso que acontece quando descobrimos o propósito eterno de Deus. Nossas vidas e ministérios ganham direção e sentido, temos agora um alvo a atingir e vamos trabalhar para chegar lá. Deixamos de fazer coisas e mais coisas sem sentido e passamos a caminhar de acordo com o propósito eterno de Deus. Mas para isso acontecer precisamos muito mais do que apenas saber a frase: “o propósito eterno de Deus é ter uma grande família de muitos filhos semelhantes a Jesus, para a Sua glória”. Precisamos ter revelação do que isso significa e ajustar nossas vidas de acordo com o propósito.
Ef 1:3-5 "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestes em Cristo; como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade".
Rm 8:28-29 "E sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos".
Quando compreendemos o imenso amor de Deus por nós e a verdadeira finalidade de termos sido salvos pela morte de Jesus na cruz, somos conquistados por Seu amor e o propósito de Deus torna-se também o nosso propósito.
Agora toda minha vida passa a ser orientada de acordo com os planos do Altíssimo. Se Deus quer ter uma grande família, eu também quero. Se Ele quer muitos filhos, eu também quero. Se Ele quer que seus filhos sejam semelhantes a Jesus, eu também quero. Se isso for verdade em minha vida, trabalhar para alcançar o propósito será minha maior alegria. Encontrarei satisfação em cada trecho do caminho mesmo com lutas e tribulações.
Devemos somar a isso também o fato de Deus ter colocado em nossos barquinhos (nossas vidas) o super-potente motor do Espírito Santo que nos impulsiona firmemente em direção ao alvo. Agora, além de termos propósito e direção, temos também plenas condições de chegar ao objetivo proposto. Todo o poder que precisamos para viver de acordo com o propósito eterno de Deus vem do Espírito Santo que habita em nós.
Desse modo, todas as áreas de nossas vidas devem ser ajustadas na direção correta, apontando para o cumprimento do propósito eterno. Devemos esquadrinhar nossos caminhos e verificar se estamos colaborando para que haja crescimento, edificação e unidade na família de Deus e também em nossas vidas como filhos. Ao fazermos planos e tomarmos decisões, devemos verificar de que maneira eles cooperam com o propósito: “isso está cooperando para a unidade, está me tornando mais parecido com Jesus, produzirá crescimento e edificação?” Tudo o que não estiver de acordo precisa ser corrigido ou abandonado.
Isso também deve ocorrer em nossos ministérios. Os relacionamentos de discipulado, as reuniões nas casas e nas praças devem ser ferramentas para cumprirmos o propósito, ganhando pessoas para Cristo, preparando e ordenando cada discípulo para o ministério, de forma que a cada dia sejam mais parecidos com Jesus e produzam muito fruto. Nosso propósito não é fazer boas reuniões, mas as reuniões são por causa do propósito. Devemos sempre perguntar: “Qual o objetivo de estarmos reunidos? De que forma esse momento está cooperando para que Deus atinja seu supremo propósito?”
Na carta aos Colossenses Paulo escreveu: “Prossigo para o alvo, pelo prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus” (Fp3:14). Tendo esse alvo bem claro a nossa frente, sabemos que nosso trabalho não é em vão, pois estamos construindo para a eternidade.
Ricardo de Paula Meneghelli
(Escritor e o criador do site odiscipulo.com)
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